Não há oposição em Portugal.
O pior que pode acontecer em
democracia, é não haver uma oposição forte, com capacidade para ser governo.
Pelos dados que nos chegam, o
governo atual tem agido em conformidade com a falte de capacidade da oposição,
uma vez que esta deixou de ter credibilidade perante os portugueses. Para
chegarmos a esta conclusão basta verificarmos que em termos percentuais, os
portugueses que contestam o governo, são inferiores aos que não querem o
partido socialista no governo. Esta falta de credibilidade do partido
socialista, aliada aos compromissos que assumiu com a Tróica, condiciona a sua
oposição, levando o seu líder a fazer um enorme jogo de cintura para não cair
no ridículo, como na maioria das vezes acontece.
Para contestar o que quer que
seja, é necessário uma credibilidade politica, que o P S atualmente não tem.
O governo, consciente dessa
fragilidade, esta implementar de forma drástica, rude, medidas de austeridade,
afetando portugueses que nada tem a ver com o estado caótico a que Portugal
chegou. Medidas que governos anteriores ao longo dos anos poderiam e deveriam
ter implementado e não implementaram, uns para não perderem clientelas políticas,
outros porque nunca estiveram interessados em governar Portugal, mas sim ao
polvo que alimenta o seu ego, lhes proporcionava ignobilmente bens, para alem das
suas atribuições e merecimentos e os sustentava no poder.
A estas caldeiradas políticas
cozinhadas por politiqueiros, onde é notório um deixa andar, um descalabro a
todos os níveis, onde uns esbanjaram, o que a maioria sem culpas tem de pagar.
Não é democracia, não serve os portugueses, os que comeram o que lhes era
devido e indevido continuam impunes.
Para que a democracia
funcione, e reduza as assimetrias, e o pobre fique menos pobre e o rico menos
rico. É necessário rigor, e para que esse rigor vingue, são necessárias
oposições fortes, sem telhados de vidro, com os seus líderes a falar uma linguagem de frontalidade
e verdade, olhos nos olhos, sem medo das pedradas que lhe possam atirar, coisa que os líderes
atuais do P S não podem fazer.
Desde que este governo foi empossado,
já passou tempo suficiente para que o P S, tivesse feito uma reflexão profunda,
retira-se a cabeça da areia e desse inicio ao arrumar da casa. Que passa
naturalmente por uma meã culpa, acompanhada de um rolar de cabeças, que foram
nocivas ao P S e aos portugueses. Só com uma refundação credível e profunda, visível,
abrangente a todos os portugueses, lhe será possível reerguer-se e a medio
prazo, voltar a ser oposição forte e credível.
Passaram 38 anos desde a revolução
de abril, há gerações novas, políticos sem mácula, são esses políticos, que tem
de ter a clarividência necessária para se unirem e colocar na prateleira os
velhos do restelo.
De entre eles o Soarismo, que formou
um polvo e condicionou todos os governos socialistas. Os governos passam e as
más ou boas ações ficam. Mário Soares a quem a história irá classificar um dia,
pela forma como desgovernou, novos-ricos e lóbis que criou, monstrosos erros que
cometeu, é uma mancha na história da democracia portuguesa, com graves consequências
dentro do partido socialista. Um político que pisa, calca deliberadamente uma
bandeira em Londres, queima outra em Franca, ultraja o símbolo de um país, de
um povo, só pode ser considerado um párida ou ignorante, Salazar passou o símbolo
ficou. Aliás a sua mais feroz e iminente luta foi contra o partido Comunista Português,
fez campanha, apregoou, serviu-se dele, mas meteu e nunca mais tirou o marxismo
da gaveta.
O Partido Socialista Português,
só se reerguerá quando tiver a coragem, de se renovar e banhar, nas águas límpidas
da democracia apresentando-se aos portugueses, de cara lavada, sem mácula, sem
culpa.
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