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sábado, 27 de agosto de 2011

O Homem e o Destino



O Homem e o Destino

Há alguns anos atrás, acompanhado de duas amigas e um amigo, fomos almoçar ao Restaurante Brisa, na Feira, baixa de Maputo. Numa mesa próxima encontrava-se um indivíduo de raça negra, vestido andrajosamente, com barba e cabelo em completo desalinho, no seu conjunto personificava um farrapo humano. Reparei nele porque se tratava do ex vocalista dos Monstro, que deambulava pelos cafés da baixa, e, com educação e respeito mendigava umas cervejas.
A música que se fazia ouvir não nos atraía e a conversa generalizou-se entre os quatro, de repente, somos surpreendidos por uma voz melodiosa e potente, das que fazem arrepiar, o olhar dos quatro voltou-se em simultâneo para o palco, a imagem que recolhi, tal foi a metamorfose, ser-me-á impossível descrever neste pobre texto. Com um microfone na mão, estava um homem personalizado, forte, senhor de uma voz arrepiante, e um porte onde os andrajos, cabelos e barba ganharam forma, estava-mos perante um homem com uma personalidade completamente diferente.
Terminada a actuação, volta a sentar-se na mesma mesa, cerveja na frente e olhar melancólico, abatido, destruído. A personalidade e exuberância apagaram-se novamente, para dar lugar ao maltrapilho, andrajoso.
Sem que ele soube-se, falei com alguns amigos, donos de restaurantes, na tentativa de o contratarem de forma a dar continuidade a uma personalidade positiva, reerguer um homem que caíra na sarjeta. As respostas foram idênticas, já tentamos, acertamos com ele horas e cache, elaboramos os programas e ela falta, deixa-nos ficar mal.
Este homem de talento invejável, desviou-se do destino traçado, não foi capaz de resistir as provações que se lhe deparam na vida. Os sentidos e valores de destruição falaram mais alto e não foi capaz de os vencer.
A ilação que extraio desta historia verdadeira é de que o aprumo, a felicidade de cada um esta na sua capacidade racional de pensar. Se este homem tivesse pensado racionalmente, previsto o que lhe podia acontecer, não se tivesse deixado arrastar pelos sentidos, seguindo o caminho que há partida lhe parecia mais fácil, não teria caído no abismo.
A maioria dos homens, deixam-se arrastar pelos sentidos, não pensam, elegem tudo o que é material, como ser primeiro, desconhecem-se a eles próprios, ignoram e adulteram os caminhos do espírito, afastam-se do destino, distanciam-se da felicidade.
Procuram no exterior o que devem procurar dentro de si mesmo, sem necessidade de recorrer a terceiros.
Cultivemos o amor, harmonia e paz, seremos felizes.

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