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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Dr. Heliodoro Frescata, Grande Humanista. e a situacao politica Portuguesa.




Dr. Heliodoro Frescata, Grande Humanista:

Entendemos como humanista, todo aquele que de uma forma ou de outra, dedica a sua vida a luta por um mundo mais humano e justo, com inteligencia sem derramamento de sangues, demonstrando através de ensinamentos e actos, que a evolução do homem não se faz pela via da opressão ou violência. 


No século que terminou, poderíamos enunciar, um grande número de homens que fizeram da sua vida um apostolado em prol do bem comum. Já referimos alguns neste espaço,  hoje dedicamos umas breves frases ao intemporal Dr. Heliodoro Frescata, que tive o privilégio de ter tido como amigo. 
Era licenciado em Historia e Filosofia, cursos na altura unificados, que se enquadravam no perfil de um homem bom, dotado com uma inteligência acima da média, que lhe permitia de forma subtil, ministrar aos seus alunos conhecimentos que transcendiam os programas escolares da época. 
A sua inteligência e subtileza, adornada por uma boa disposição permanente, e um sorriso franco, aberto, não impediram que fosse conotado com o partido comunista e varias vezes preso. 

Convidado a sair do país, refugiou-se em Angola, onde como eventual, dava aulas de filosofia e historia, até encabeçar a campanha eleitoral do General Humberto Delgado, que lhe valeu a expulsão.

Para sobreviver, com a mulher cancerosa, começou a dar explicações, a pide correu-lhe com os alunos.

Arranjou um emprego como fiel de armazém na Livraria Lello em Luanda, obrigaram a entidade patronal a despedi-lo.

Sobreviveu a vender lotaria, até que a mulher morreu e se mudou para Moçambique, onde conseguiu um lugar de professor no antigo Liceu Salazar. 

Quando se deu o 25 de Abril ainda era professor eventual.

O virar de página de um regime contra o qual tinha lutado activamente, trouxe-lhe uma enorme alegria, marcou de imediato uma viagem a Portugal, de que estava afastado a 25 anos, onde participou em debates televisivos.

Um mês depois, regressou a Moçambique, imbuído de uma grande tristeza, devido a instabilidade política que se vivia em Portugal, ao clima de terra queimada, que os comunistas pretendiam implantar em Portugal.

Este grande homem, ferozmente perseguido pelo regime da ditadura, definia, dividia o comunismo em duas vertentes:

1 – Comunistas sinceros, aqueles que não atingiram a maturidade para perceber que o comunismo é utópico, impraticável, uma vez que para ser implementado, com resultados, é necessário um nivelar de mentalidades e valores por cima. Para que todos sejam altruístas e defendam o bem comum. 

E, como é fácil de ver e perceber, as assimetrias, o desnivelamento de conhecimentos e valores são de tal ordem, que torna este sistema impraticável .

2 – Comunistas oportunistas, todos aqueles que atingiram a maturidade, perceberam a utopia que é o comunismo, mas continuam a defender as linhas de orientação comunistas, em benefício próprio, ocupando lugares de relevo nos tecidos de produção, na sociedade e no partido.

Seguindo as linhas de pensamento de outro grande humanista, D. António Ferreira Gomes, (O comunismo é um dos piores males que existem sobre a terra, porque se apresenta como um bem quase perfeito). Podemos ler isto no livro de que é autor «Endireitai as Veredas do Senhor». 

Entre as duas ditaduras de esquerda e direita, fiquemos com a insípida democracia, em que os comunistas enchem a boca mas não praticam quando chegam ao poder.

Concretizando o pensamento politico do Dr. Frescata, e de outros humanistas, onde me incluo, colocando no ar as minhas ideias que procuro sintonizar com as deles, vou dar dois exemplos:

1 – Na última assembleia da república, o secretário-geral do partido socialista, questionou o primeiro-ministro, devido a escalada de desemprego que existe em Portugal. 
A resposta foi clara, simples e directa. 
A escalada de desemprego deve-se aos vossos doze anos de governo, que levaram o país a situação em que se encontra. Estamos a trabalhar todos os dias, para resolver o que os senhores fizeram. 
Esta resposta corresponde a uma grande verdade conhecida de todos os portugueses. 
O secretário-geral do partido socialista ficou calado, sem argumentos, ao entrar numa política de confronto com o primeiro-ministro. 
É política negativa, que não lhe traz quaisquer dividendos.

2 – É do domínio publico, que muitos casais jovens compraram casas e não estão a conseguir assumir os seus compromissos bancários, entregando as suas casas aos bancos, que por sua vez as colocam em haste publica pelo diferencial da divida, dando a possibilidade aos oportunistas de as comprarem por valores inferiores ao seu real valor. 
Não é difícil junto dos bancos fazer um rateio, um levantamento dos casais que estão nessas condições. 
Uma oposição construtiva, com um levantamento desta natureza, bem elaborado, apresentado na assembleia da republica, ordeiramente, para que no conjunto se resolvam estes problemas, cuja solução pode passar por uma dilatação de carência da divida ou um reajustamento as condições económicas dos casais em divida. 
Solicitando para tal a intervenção do governo junto dos bancos. Esta petição ou proposta, vai por a prova a boa vontade governativa. 
Se houver ma vontade do governo em ajudar pontualmente a resolver estas e outras questões, elas naturalmente transpiram para a opinião publica, elevando ou denegrindo a imagem do governo. 

Se o governo atender e as resolver, a oposição que propôs as medidas também fica veiculada a essas soluções, mesmo que não fica-se, correspondem a uma bem que qualquer bom cidadão deve desejar.

São estas as fórmulas, que naturalmente pecam por defeito,  que os humanistas, advogam para a política, baseadas no bom senso, harmonia e paz. 

Vivemos em mundos de energias, positivas e negativas! A nossa mente através dos pensamentos, produz energias, que nos devem merecer ter todo o cuidado, para que sejam positivas. 

Politicas de confronto, eivadas de agressividade, correspondem a energias negativas.

Podemos e devemos, ser firmes, intransigentes, na defesa da concórdia, harmonia e paz, com civismo e elegância.

As politicas de galinheiro, que se tem vivido em Portugal e no mundo, tem os dias contados.

E com firmeza, amor e verdade, direccionadas a um objectivo de fraternidade, que se consegue reunir um povo em torno de um ideal comum.

O actual governo, critico do passado, de que todos os políticos são responsáveis, incluindo os do seu partido. Ao ser mais papista que o papa, debitando uma divida,  a quem não a fez, protegendo os lobis em que demonstrou estar inserido. Hoje, não se pode outorgar, em defensor do povo português, mas sim seu carrasco. 

Os carrascos, nunca estiveram do lado do bem comum, foram, serão sempre, os instrumentos dos mais poderosos, para calar a verdade, humanidade e razão. 



JPF

    

  

2 comentários:

  1. O Dr Heliodoro Frescata, ou "o Frescata" como nós putos do liceu, lhe chamavamos, foi meu professor de filosofia no Liceu Salazar, em Lço Marques, cerca de 1974, no meu 7º ano. Fiquei a admirar a inteligência e os conhecimentos que revelava, principalmente em conversas com alguns de nós, mais devotados à matéria e ao gosto pela livre discussão de ideias. Mas mais do que isso, fiquei a admirar o homem e a sua coragem e verticalidade, recheada com um humor finíssimo e uma irreverência cativante. Um grande senhor, como se diz hoje!

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    1. Meu caro João Bernardino, subscrevo integralmente o seu comentário. Também foi meu professor, amigo, responsável pela área que segui. Era visita de minha casa, em Lourenço Marques e Portugal, e parceiro diário de mesa, na Confeitaria Princesa, na Rua Princesa Patrícia. Na qualidade de amigos, as nossas conversas transcendiam os programas escolares, logicamente muito mais ricas, mais profundas.

      O seu humanismo, revisto na sua imagem, foi, e será sempre, o meu ponto de referência.

      Obrigado pelo seu comentário.
      Um abraço.

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