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domingo, 22 de maio de 2011

Voltaire



Voltaire

«Pensai por vós próprios»

Muita gente atribui esta frase a Voltaire, uma vez que era o conselho que dava constantemente, mas é de um dos seus biógrafos, que desta forma resumiu, a luta que Volteire travou pela liberdade do pensamento. «Pensai por vós próprios».

Voltaire nasceu em 21 de Novembro de 1694, deram-lhe o nome de François Marie Arouet. Aos dezassete anos anunciou a intenção de se dedicar as letras, o pai que ocupava uma boa posição social e era um grande devoto considerou que essa profissão não era séria e forçou o jovem a trabalhar num escritório de um advogado, fracassou.

Enviado numa missão diplomática a Holanda, tentou fugir com uma jovem cuja família não tinha dinheiro. Caiu imediatamente em desgraça e foi enviado para casa. Como continuava a alimentar o desejo de ser escritor, seu pai dizia-lhe que ser escritor equivalia a morrer de fome e, tratou de ajudar o destino deserdando-o. 
Mas no espaço de 10 anos, o jovem Voltaire torna-se famoso, contribuindo para os seus êxitos os censores que, invariavelmente, proibiam quase todos os seus livros. E em geral mandavam retirar da cena as suas peças na terceira noite da apresentação. O Paris elegante, enchia o teatro no dia da estreia e decorava as frases mais mordazes. Os livros circulavam como se fossem folhetos de uma organização subversiva e eram lidos avidamente, em França e no estrangeiro. Foi acusado oficialmente de imoralidade, «que estava a perverter a moral publica», quando as criticas que fazia era ao governo, pondo em duvida as autoridades vigentes ( o que constituía a pior espécie de imoralidade).

Mas a este pecado outros se juntaram, quando a grande actriz Francesa; Adrienne Lecouvreur, estava no fim dos seus dias e Voltaire que se encontrava junto ao seu leito de morte, ouviu o sacerdote exigir-lhe que renuncia-se a sua arte por constituir espetáculo vergonhoso. A actriz recusou e o sacerdote negou-lhe o conforto espiritual. Foi sepultada pela policia numa campa sem lapide. A partir daquele dia Voltaire votou ódio, não ao Cristianismo, mas a crueldade não cristã. Passando a ser freqüente ouvi-lo dizer « o homem que me diz, crê como eu, ou Deus te condenará» em breve me dirá: « crê como eu ou te matarei».

Odiava a crueldade, injustiça, intolerância e atacava-os com um sentido de justiça que o tornava brilhante. Transformava a ira em diversão e o fogo em luz. «O meu oficio» comentava, « é dizer o que penso». E o que ele pensava encontra-se em 99 volumes, nas mais diversas obras.

Do Cardeal Mazarino disse: « que tinha sido culpado de todo o bem que não fez», com uma só frase anulava um homem. Foi considerado ateu e herege, por não se deixar subjugar a forma como lhe apresentavam Deus, que ele classificava desta forma: «não posso amar o Deus que me apresentam, porque ele não é amável».

E ele mesmo respondeu aos sues acusadores nos seguintes termos:

Ó Deus desconhecido, a quem todas as tuas obras proclamam,
Ó Deus, escuta estas minhas ultimas palavras:
Se alguma vez errei, foi em busca da tua lei:
O meu coração pode extraviar-se, mas esta cheio de Ti.

É a voz de um coração humilde que soa, Voltaire nunca atacou a fé sincera: o que ridicularizou foi a credulidade supersticiosa, a imitação falsificada da fé.
Voltaire, foi um dos homens que mais se empenharam, na luta pela liberdade de pensamento, que transformou a sua época na Era da Razão.
Vale a pena conhecer a vida e obra de Voltaire.

JPF

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