Inveja...
Paixão nos medíocres...
Adoração que as sombras
sentem pelos homens...
O que a mediocridade sente
pelo mérito.
É o rubor da face
sonoramente esbofeteada pela glória alheia.
É a grilheta que os
fracassados arrastam.
É o áloc que os impotentes
mastigam.
É um humor veneno que se expele das feridas abertas pelo desengano
da própria insignificância.
Por suas forças caudinas
passam,
cedo ou tarde os que vivem
como escravos da vaidade...
Desfilam... lívidos de angústia, turvos envergonhados da sua
própria tristeza,
sem suspeitarem que o seu ladrar envolve uma consagração
inequívoca do mérito alheio.
A inextinguível hostilidade dos néscios sempre foi o pedestal de
um monumento.
É a mais ignóbil das torpes cicatrizes que afetam
os caracteres vulgares.
Aquele que inveja,
rebaixa-se, sem o saber; confessa-se subalterno...
Esta paixão é o estigma
psicológico de uma humilhante inferioridade,
sentida...
reconhecida.
Não basta ser inferior para invejar, pois todo homem o é de
alguém, num sentido ou noutro; é necessário sofrer em consequência do bem
alheio, da felicidade alheia, de qualquer enaltecimento alheio.
Nesse sofrimento está o núcleo moral da inveja;
Morde o coração, como um ácido;
Carcome-o, como poli lha;
Corrói, como a ferrugem, ao metal.
Quem inveja...
Não vive...vegeta.
JPF
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