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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Inveja





Inveja...

Paixão nos medíocres...

Adoração que as sombras sentem pelos homens...

O que a mediocridade sente pelo mérito.

É o rubor da face sonoramente esbofeteada pela glória alheia.

É a grilheta que os fracassados arrastam.

É o áloc que os impotentes mastigam.

É um humor veneno que se expele das feridas abertas pelo desengano da própria insignificância.

Por suas forças caudinas passam,
cedo ou tarde os que vivem como escravos da vaidade...

Desfilam... lívidos de angústia, turvos envergonhados da sua própria tristeza, 
sem suspeitarem que o seu ladrar envolve uma consagração inequívoca do mérito alheio.

A inextinguível hostilidade dos néscios sempre foi o pedestal de um monumento.

É a mais ignóbil das torpes cicatrizes que afetam os caracteres vulgares.

           Aquele que inveja, rebaixa-se, sem o saber; confessa-se subalterno...

Esta paixão é o estigma psicológico de uma humilhante inferioridade,
          sentida...  reconhecida.

Não basta ser inferior para invejar, pois todo homem o é de alguém, num sentido ou noutro; é necessário sofrer em consequência do bem alheio, da felicidade alheia, de qualquer enaltecimento alheio.

Nesse sofrimento está o núcleo moral da inveja;
Morde o coração, como um ácido;
Carcome-o, como poli lha;
Corrói, como a ferrugem, ao metal.


Quem inveja...
Não vive...vegeta.

JPF


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